A vida da mulher passa por muitas transformações ao longo dos anos: desde a primeira menstruação, passando pela gestação, até a menopausa. O corpo feminino muda o tempo todo e por esse motivo é preciso ter muito cuidado com a sua saúde.
Muitos são os problemas que podem atingir as mulheres e eles vão surgindo de acordo com a faixa etária da paciente. “As diversas fases em que a mulher passa definem um tipo de queixa, por exemplo, na menopausa e pós-menopausa, existem queixas específicas desta situação, que englobam problemas cardiovasculares, dermatológicos, ósseos, sexuais e de adaptação à nova imagem corporal. Mas, de uma maneira geral, as principais queixas são incontinência urinária (e, em menor proporção, a incontinência fecal); disfunções sexuais; alterações durante o período gestacional e puerperal; sequelas cirúrgicas, principalmente de cânceres ginecológicos e de mama e também disfunções relacionadas ao período menstrual, como a endometriose”, aponta a fisioterapeuta, doutora em Ciências da Saúde e coordenadora do curso de especialização de Fisioterapia em Ginecologia da UNIFESP, Cinira Assad.
Muitos problemas citados acima têm melhora considerável com a aplicação de técnicas fisioterapêuticas. Assad enumera alguns exemplos. “A fisioterapia para o assoalho pélvico trata as incontinências urinárias e fecais, por meio do fortalecimento desta musculatura, utilizando recursos como a cinesioterapia (exercícios) e aparelhos especiais para a região perineal. Para as disfunções sexuais, além do trabalho com o assoalho pélvico, há uma necessidade de um trabalho corporal mais amplo associado, com objetivo de relaxamento e normalização do tônus, tanto da musculatura perineal, quanto corporal global”.
Outro problema recorrente são as sequelas cirúrgicas do câncer de mama, que podem restringir a movimentação, causar alterações posturais e a perda da força muscular do lado operado. Para resolver este problema, a fisioterapeuta elenca a cinesioterapia para membros superiores envolvendo toda a coluna e terapias manuais para melhorar aderências cicatriciais ou a dor. Também relacionado ao câncer, tanto o câncer pélvico quanto o de mama, o linfedema é outra reclamação, e para reverter este quadro, a terapia descongestiva, utilizando-se de drenagem linfática e enfaixamentos compressivos, pode auxiliar.
Demais recursos, como a eletroterapia para aliviar as dores da endometriose, RPG e Pilates para, entre outras coisas, o alinhamento postural de gestantes e acupuntura são outros tratamentos possíveis.
Cinira Assad dá uma dica importante de prevenção que você deve passar para a sua paciente. “Todas as alterações, fisiológicas ou não, dão um sinal que não deve ser ignorado por quem sente, seja em forma de sintoma ou dificuldades específicas. Quanto mais precoce qualquer intervenção, maior sucesso há no tratamento e na recuperação. A reabilitação está nas mãos do terapeuta, mas depende muito da paciente também”, finaliza.
A Casa da Estética patrocina o IV Simpósio de Fisioterapia na Saúde da Mulher, que será realizado nos dias 28 e 29 de agosto, no auditório da UNIFESP, localizado na Rua Botucatu, 821, 1º Andar, Vila Mariana. Uma excelente oportunidade para atualização e aprimoramento profissional sobre o tema.